04 ABR 13
Por Lígia Teixeira
O blogue Maranhão Da Gente inicia
hoje a série 20 anos de Roseana Sarney no poder.
Em outubro de 1994, Roseana Sarney
elegeu-se governadora do Maranhão. Em outubro do ano que vem, portanto, a atual
governadora completará 20 anos de controle do governo.
De lá para cá, Roseana e o
marido, Jorge Murad, só estiveram longe do comando do estado no último ano do
José Reinaldo e nos meses em que Jackson Lago foi governador, antes de
ser retirado do poder para que a própria Roseana assumisse, em 2009.
Os 20 anos de Roseana Sarney no poder
são simbólicos porque mostram que grupo Sarney impõe ao Maranhão um poderio com
características dinásticas. Dos 50 anos de hegemonia do grupo do senador José
Sarney no Maranhão, em quase metade deles, a filha dele esteve à frente do
governo do estado.
Não há notícia na história recente da
República de um controle familiar tão agressivo e longevo quanto o domínio do
grupo Sarney.
Nos 20 anos de poder de Roseana, o
Maranhão que dividia os índices mais graves de pobreza com o Piauí e o Ceará,
ficou para trás. Enquanto Piauí e Ceará melhoraram significativamente, o Maranhão
passou a ficar na última posição em todos os principais índices econômicos e
sociais do país.
Situação inaceitável
No primeiro texto da série, o blogue
relembra o projeto Salangô, um dos primeiros escândalos da Era Roseana.
Projeto Salangô renasce à sombra de um dos maiores
escândalos do governo Roseana
Prefeitura de São Mateus pretende retomar o projeto Salangô. Durante o
primeiro mandato de Roseana, 70 milhões de reais foram desviados dos cofres
públicos do estado e o projeto não saiu do papel
Nos próximos dias 5 e 6 de abril a
prefeitura de São Mateus fará seminários para tentar revitalizar o projeto
Salangô, de agricultura irrigada.
O projeto foi originalmente criado
pelo governo do estado do Maranhão durante o primeiro mandato de Roseana
Sarney.
Criado com o propósito de ser a
salvação para centenas de pequenos agricultores maranhenses , em pouco tempo, o
Salangô foi tomado pela corrupção. Dados colhidos pelo Tribunal de Contas da
União (TCU), Ministério Público e pela Corregedoria Geral do Estado mostram que
o rombo chegou à estrondosa quantia de quase 70 milhões de reais, valor
liberado para o projeto.
A salvação transformou-se em
pesadelo. Uma extensa área do rio Mearim, calculada em 10 mil hectares,
que deveria ser beneficiada com o projeto, não viu um tostão da dinheirama
Sob Roseana pesa a acusação de
ter lavado as mãos diante da corrupção operada dentro de seu governo. Mesmo no
auge do escândalo, a governadora não exonerou nenhum dos funcionários
envolvidos e nem determinou a abertura de procedimento administrativo.
Jorge Murad, marido da governadora,
além de secretário de Planejamento, mantinha sob seu controle a
Secretaria de Agricultura, a quem cabia a tarefa de efetuar os pagamentos
durante a fase de implantação do projeto.
Jorge operou um esquema dentro da
Secretaria que sugere a ação criminosa: A Secretaria de infra-estrutura fazia a
avaliação sequencial do cronograma de obras e atestava o cumprimento de
obras inexistentes, mas não assinava nem carimbava. Jorge Murad, batia o
martelo e liberava o dinheiro.
Domingos Paes, presidente da FETAEMA,
declarou a época que os sindicatos de agricultores, filiados à Fetaema,
travaram uma verdadeira batalha com o governo de Roseana Sarney para
transformar o projeto Salangô em uma experiência de reforma agrária. Segundo
ele, isso não foi possível porque a intenção inicial era beneficiar apenas os
macro-agricultores. “Como não conseguiram, inviabilizaram o projeto, sumiram
com tudo”, avaliou na época.
Com informações do Jornal Pequeno
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